Entrevista sobre tombamento com Fernando Sampaio, presidente Ame Jardins

25/07/2023

Entrevista sobre tombamento com Fernando Sampaio, presidente Ame Jardins

recentemente um processo de revisão sobre o tombamento do Jardins. 

AME JARDINS: Qual a sua avaliação sobre esta nova revisão?

AME JARDINS: Vocês pensaram em entrar no Ministério Público contra a revisão?

Fernando Sampaio: Não. Primeiro, entendemos que o órgão tem o direito de propor uma revisão que, na realidade, está mais para consolidação das resoluções de 86, 88 e 2021. Segundo, somos uma entidade democrática, apartidária, que representa os moradores. Não faria sentido mover uma ação sem conhecer o conteúdo da minuta, sem diálogo, sem ouvir moradores, conselho, arquitetos, urbanistas, entre outros profissionais. Seria muito oportunismo. Não agimos desta forma. E se você perde a ação? Você fala que lutou? Isso é muito raso. Conheço pessoas que assinaram abaixo-assinado baseado em informações falsas. Assinaram sem saber absolutamente nada do assunto. Qual a validade disso?

AME JARDINS: Como foi a primeira reunião no Condephaat?

Fernando Sampaio: Foi importante para entendermos as reais intenções do órgão. A presença do Dr. Marcelo Manhães foi significativa, pois ele é um especialista em direito imobiliário, já advogou para a AME JARDINS em ações que trouxeram benefícios e vitórias para a região. Está trabalhando com a nossa equipe em uma ação que está impedindo a construção de um edifício irregular na Rua Estados Unidos. Atualmente, o Dr. Manhães faz parte do Condephaat. Eu não conhecia o Presidente do Condephaat, Carlos Augusto Faggin, e a vice-presidente, Mariana de Souza Rolim. Saímos satisfeitos. Estabelecemos o diálogo e um ambiente de mútuo respeito. 

AME JARDINS: O que vocês propuseram? Foram atendidos?

Fernando Sampaio: Pedimos três meses para discutir, analisar e propor sugestões. Os integrantes da nossa comissão leram o texto, debateram e chegaram à conclusão de que havia dúvidas e questões a serem tratadas. Precisávamos de mais tempo. Mas, o Condephaat só aceitou estender o prazo até o final de julho, quando deverá acontecer a eleição de uma nova diretoria. Saímos de lá e começamos a trabalhar para ouvir os moradores. 

AME JARDINS: Quais foram os passos seguintes?

Fernando Sampaio: Conseguimos, em tempo recorde, realizar dois grandes eventos. O primeiro, na Sociedade Harmonia de Tênis, com mais de 70 sócios e convidados. Todos moradores dos Jardins. Depois, organizamos um debate no MIS (Museu da Imagem e do Som) com mais de 230 pessoas. Foram dois eventos com a presença da diretoria do Condephaat para esclarecer dúvidas dos moradores. Além disso, fizemos quatro reuniões on-line com vários moradores, arquitetos, engenheiros, advogados e interessados no assunto. 

AME JARDINS: Houve polêmica nas discussões?

Fernando Sampaio: Sim, faz parte. Nem todos estão preparados para a democracia, a minoria mais radical não respeita opiniões contrárias. Mas, isso não representou nem 5% do público. Além do Condephaat, convidamos a urbanista e diretora-executiva do Movimento Defenda São Paulo, Lucila Lacreta, o ex-vereador e secretário municipal, Andrea Matarazzo, e o arquiteto urbanista, Nabil Bonduki, personagens com visões diferentes que merecem respeito. Nenhum deles é morador, associado ou participa da nossa luta diária pela preservação e valorização dos Jardins. Mesmo assim, achamos importante ouvi-los. A pluralidade de opiniões é fundamental. 

AME JARDINS: Quais os pontos positivos desta nova resolução do Condephaat? 

Fernando Sampaio: A nova resolução exige que a compensação arbórea seja feita no próprio lote, ou na sua calçada. Isso não existia. Você tirava uma árvore e podia compensar plantando em outra região. Portanto, a proposta atual não só protege os índices de permeabilidade do solo, como proporciona o aumento no número de árvores da região. Outra mudança positiva é que antes você podia unir lotes à vontade. Ao longo dos anos, isso resultou em propriedades enormes, muradas. Agora, o remembramento só será possível se o resultado não ultrapassar a metragem do maior lote da quadra. Isso preserva uma característica urbanística importante que estava sendo perdida. São duas mudanças positivas. Uma das nossas sugestões é inserir regras para as construções de garagens subterrâneas. Elas estão detonando o lençol freático, matando árvores e gerando enchentes. Não havia nada sobre isso na resolução de 1986. 

AME JARDINS: E os pontos negativos ou polêmicos? 

Fernando Sampaio: O ponto negativo é a possibilidade de virarmos um bairro de condomínios. A AME JARDINS não é favorável aos condomínios. Se, por um lado, um condomínio aumenta o uso residencial, por outro, você descaracteriza o bairro, desmotivando as residências únicas, que poderão ficar cercadas de grandes áreas muradas. As calçadas ficam vazias e, as ruas, desertas. Não faz sentido. O Jardins está valorizado. É preciso muito cuidado. Entregamos nossas sugestões e preocupações ao Condephaat e espero que sejamos ouvidos. Seria uma vitória importante para os moradores.

AME JARDINS: Alguns proprietários reclamam que existem lotes vazios e desvalorizados. 

AME JARDINS

(11) 94741.4593

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@amejardins

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